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segunda-feira, 19 de julho de 2010

DISSERTAÇÃO – DECODIFICAÇÃO DO TEMA

Fonte:www.professornelsonmaia.com Turmas : 3o ano D/E/F

DISSERTAÇÃO – DECODIFICAÇÃO DO TEMA

Dissertação é a exposição de ideias, a análise crítica de um determinado tema. Sempre que opinamos, discutimos, debatemos o que foi proposto, estamos dissertando.

A linguagem, no texto escrito, deve ser culta e a sua estrutura coesa, e as ideias devem ser articuladas de maneira clara e lógica a fim de valorizar o conteúdo a ser transmitido. Entretanto é imprescindível a leitura. A leitura crítica, intertextual, além do que os olhos veiculam, de ser exercitada sempre, de modo a entender a mensagem além da mensagem. A dissertação divide-se em três componentes significativos : Introdução, Desenvolvimento e Conclusão.

A introdução deve apresentar o tema, a tese e seus dois ou três argumentos.O desenvolvimento é a defesa da tese, onde são apresentadas as evidências, as justificativas,enfim, a explicitação dos argumentos que darão sustentação às ideias apresentadas no parágrafo introdutório. Na conclusão retoma-se a tese, faz-se uma síntese das ideias ou propõe-se solução para o problema apresentado.

OBSERVAÇÃO
A tese – idéia central – embora normalmente ocorra no primeiro parágrafo, pode aparecer em outro componente significativo do texto, mas isso requer treinamento.

EXEMPLO DE DISSERTAÇÃO

O complexo cultural
Introdução
Tese – O Complexo Cultural – Causa e Efeito

O complexo colonial, no qual se configurou o homem brasileiro durante mais de quatro séculos, implicava a impossibilidade de tomarmos consciência de nós mesmos.

Desenvolvimento – Argumento 1
1- Causas do Complexo
Se remontarmos a nossa própria biografia e consultarmos o nosso estado de espírito até há pouco tempo, verificaremos que o colonialismo se manifestava em nós não só pela total dependência, mas também pelo complexo de inferioridade em relação à Europa. Se eram ingleses os sapatos e as fazendas das roupas que vestíamos, franceses eram os livros e as ideias de que nos utilizávamos.

Desenvolvimento – argumento 2
2 – Efeitos da Influência

Não nos víamos com os próprio olhos, mas com os olhos dos europeus. Tínhamos vergonha de nós mesmos, de nossa pobreza, da nossa cultura européia, éramos egos e surdos em relação ao Brasil.

Conclusão
Proposta de solução para o fim do complexo

Para rompermos com toda essa situação de país subdesenvolvido, semicolonial, é preciso compreender que o Brasil não é exterior a nós, mas está em nós, faz parte do nosso corpo e da nossa alma. O problema da cultura brasileira é um problema nosso. Nossa existência será dependente e inautêntica, enquanto for dependente e inautêntica a existência do país.
(Roland Corbisier, Formação da Cultura Brasileira)

Comentário
De forma conotativa, Corbisier analisa criticamente o complexo de colônia enraizado no brasileiro. Os produtos importados funcionam como os grandes vilões desse estado de dependência a que se submeteu o povo em sua formação sócio-cultural. Seu estilo expressivo traduz por meio de metáforas a perda de uma identidade própria: “Encharcados até os ossos”, “Éramos cegos e surdos”. O texto, portanto, é intensamente crítico e sucinto em seu desenvolvimento, como devem ser os textos dissertativos.

Delimitação do Tema – o esquema do rascunho

A qualquer candidato a autor, perguntas recorrentes não respondidas tornam-se dúvidas renitentes capazes de inibir os mais temerosos: como fazer as dissertações? Como deixar claro nosso ponto de vista? Como argumentar com coerência e profundidade? Como organizar a estrutura lógica do texto, com introdução desenvolvimento e conclusão?
Imaginemos que o tema proposto seja “O problema das favelas nas grandes cidades”. Diante de um tema como esse, é provável que várias ideias surjam na mente:
- a formação das favelas;
- a violência nas favelas;
- a falta de uma política habitacional;
- a proliferação das favelas;
- a segurança da população, etc.

Cada tópico relacionado representa um ponto de vista segundo o qual se pode analisar o assunto. A isso se denomina delimitação do tema ou tópico frasal.

Delimitando o assunto, tomemos como exemplo “a formação e a proliferação das favelas”.
Com base nesse ponto de vista, pode-se elaborar a seguinte tese: “O êxodo rural e o baixo poder aquisitivo da população são dois fatores desencadeadores da formação e da proliferação das favelas ”. Como no parágrafo introdutório de conter a alusão ao tema, a tese e dois ou três argumentos que serão defendidos e/ou explicitados no desenvolvimento, sua introdução seria:

O nascimento e a proliferação das favelas nas grandes cidades tem como causadores principais o êxodo rural e o baixo poder aquisitivo da população. A conjunção desses fatores, ao produzir e multiplicar as favelas, gera o principal obstáculo ao planejamento urbano e à segurança da população.

Atenção
Pode-se notar que o parágrafo foi formado a partir de dois períodos, porém apenas um contém a ideia-núcleo elaborada pela tese: o TÓPICO FRASAL.

terça-feira, 16 de março de 2010

TEXTO : CULTURA E SOCIEDADE

Atividade 3ano

Você vai ler a seguir um texto escrito por uma candidata no exame vestibular de Medicina da Unicamp-SP, em 2000, que solicitou a produção de uma dissertação a respeito do tema água. O texto, que está escrito tal qual foi redigido pela candidata, foi considerado um dos melhores do exame.

CULTURA E SOCIEDADE

A importância da água tem sido notória ao longo da história da humanidade, possibilitando desde a fixação do homem à terra, às margens de rios e lagos, até o desenvolvimento de grandes civilizações, através do aproveitamento do grande potencial deste bem da natureza. A sociedade moderna, no entanto, tem se destacado pelo uso irracional dos recursos hídricos, celebrando o desperdício desbaratado de água potável, a poluição dos reservatórios naturais e a radical intervenção nos ecossistemas aquáticos, de forma a arriscar não só o equilíbrio biológico do planeta, mais a própria natureza humana.

O progresso traz consigo uma cultura baseada no “utilitarismo”, no pragmatismo e na lucratividade, expondo interesses comerciais e industriais acima dos interesses coletivos, da defesa do meio ambiente e da sobrevivência das populações. O envenenamento de mananciais por substâncias tóxicas, o fenômeno da chuva ácida e os constantes derramamentos de petróleo em meio aos oceanos, infelizmente, ilustram tal situação. Não obstante a Engenharia Moderna, remonta melhorias na qualidade de vida urbana, através da instalação de redes de esgoto, drenagem de água e obtenção de energia, viável por meio da utilização de Usinas Hidrelétricas, predominantes, em especial, no Brasil.

Vivemos, assim, um paradoxo criado pela incoerente ação do homem, predador e vítima dos efeitos de sua própria predação, destruidor dos recursos hídricos, e maior beneficiado pela abundância em água no planeta: a atividade pesqueira e os transportes marítimos e fluvial, possíveis graças à disponibilidade natural, importantíssimos ao desenvolvimento socioeconômico das nações, sofre com a intervenção, tantas vezes maléfica, do homem, que ora deposita dejetos industriais, ora promove assoreamentos.

Tomando por base os parâmetros da conjuntura atual, investimentos na preservação dos Ecossistemas tornam-se imprescindíveis. Ademais, a formação de uma contracultura baseada na utilização consciente da natureza, e, em especial, da água em suas diversas formas de armazenamento caracteriza-se como crucial, a fim de salva-guardar as gerações futuras de um eventual colapso no sistema de distribuição e utilização da água. Evitaremos, dessa forma, a monopolização de um bem inerente à todos, contribuindo, acima de tudo, para a perpetuação da espécie humana.

(Beatriz Fernanda Franchito, Rio Claro-SP.
Texto extraído da Internet,no site: http://www.uol.com.br/vestibuol/dica/unicamp2000_red2a.htm)

sábado, 13 de março de 2010

LÓGICA - ARGUMENTO

Turmas do 3o ano

UM CONJUNTO DE ENUNCIADOS ARTICULADOS ENTRE SI

Heidi Strecker*

A noção de argumento é fundamental para a lógica. Argumento é um conjunto de enunciados que estão relacionados uns com os outros. Argumento é um raciocínio lógico.
Observe o seguinte argumento:
Todos os homens são mortais.
Sócrates é homem.
Logo, Sócrates é mortal.

Este é um argumento formado por duas premissas e uma conclusão.

Os dois primeiros enunciados são as premissas e o último enunciado é a conclusão. Os fatos apresentados nas premissas servem de evidência para a conclusão, isto é, são eles que sustentam a conclusão.

Para que o argumento seja válido, não basta que a conclusão seja verdadeira. É preciso que as premissas e a conclusão estejam relacionadas corretamente. Distinguir os raciocínios corretos dos incorretos é a principal tarefa da lógica.

Os argumentos sempre apresentam uma ou mais premissas e uma conclusão.

Silogismo categórico é um argumento composto por três enunciados, sendo duas premissas e uma conclusão.

Vejamos um exemplo:

Todo molusco é invertebrado. premissa
O caracol é um molusco. premissa
Logo, o caracol é invertebrado. conclusão

Observamos que este argumento tem a mesma forma lógica do primeiro argumento apresentado. Ambos são silogismos categóricos. Ambos são argumentos válidos. Todos os argumentos que apresentarem esta forma lógica serão argumentos válidos.

Todo A é B.
C é A.
Logo, C é B.
Proposições
Tanto as premissas quanto a conclusão de uma argumento são proposições. Proposição é uma frase informativa cujo conteúdo pode ser verdadeiro ou falso. Proposições são enunciados simples compostos de quantificador, termo/sujeito, cópula e termo/predicado.

Vamos observar:
Proposição
Todo homem é mortal.

Levando em conta que:
Todo (quantificador)
Homem (termo/sujeito)
É (cópula)
Mortal (termo/predicado)
Podemos representar esta proposição da seguinte maneira:

Todo S é P.

Vejamos esta outra proposição:

Todo metal é condutor de eletricidade.

Se observamos bem, vemos que esta última proposição pode ser representada da mesma maneira:

Todo S é P.

Concluímos que a lógica não se interessa particularmente pela hombridade de Sócrates ou pelas propriedades dos metais. Não é o conteúdo das proposições que interessa à lógica. A lógica tem grande interesse nos raciocínios e naquilo que torna alguns argumentos válidos e outros inválidos.
Verdade e validade
Já sabemos que argumento é a passagem de uma ou mais premissas a uma conclusão. Sabemos também que é preciso que a conclusão derive das premissas. Pois bem, quando a conclusão é uma conseqüência necessária das premissas, dizemos que o argumento é válido. Quando a conclusão não é uma conseqüência necessária das premissas, dizemos que o argumento é inválido.

A validade de um argumento, portanto, depende se sua estrutura, depende da maneira como este argumento está organizado. Vejamos o argumento abaixo:

Todos os ziriguiduns são tchutchucas.
Pedrinho é um ziriguidum.
Logo, Pedrinho é um tchutchuca.

Este é um argumento válido. Isto quer dizer que, mesmo não sabendo o que significa ziriguidum ou tchutchuca, sabemos com certeza que, se as duas premissas forem verdadeiras, a conclusão também será verdadeira.

Para você pensar:
Você acha que existe relação entre a validade de um argumento e a verdade das proposições? Por quê?

*Heidi Strecker é filósofa e educadora.
Fonte: http://uol.educacao.com.br/

COMPLEMENTAÇÃO TEXTO ARGUMENTATIVO

Turmas do 3o ano

Economista e filósofo alemão
Karl Marx
05/05/1818, Trier (Alemanha)
14/03/1883, Londres (Inglaterra)

Teórico do socialismo, Karl Marx estudou direito nas universidades de Bonn e Berlim, mas sempre demonstrou mais interesse pela história e pela filosofia. Quando tinha 24 anos, começou a trabalhar como jornalista em Colônia, assinando artigos social-democratas que provocaram uma grande irritação nas autoridades do país.

Integrante de um grupo de jovens que tinham afinidade com a teoria pregada por Hegel (Georg Wilhelm Friedrich - um dos mais importantes e influentes filósofos alemães do século 19), Marx começou a ter mais familiaridade dos problemas econômicos que afetavam as nações quando trabalhava como jornalista.

Após o casamento com uma amiga de infância (Jenny von Westphalen), foi morar em Paris, onde lançou os "Anais Franco-Alemães", órgão principal dos hegelianos de esquerda. Foi em Paris que Marx conheceu Friedrich Engels, com o qual manteve amizade por toda a vida.

Na capital francesa, a produção de Marx tomou um grande impulso. Nesta época, redigiu "Contribuição à crítica da filosofia do direito de Hegel". Depois, contra os adeptos da teoria hegeliana, escreveu, com Engels, "A Sagrada Família", "Ideologia alemã" (texto publicado após a sua morte).

Depois de Paris, Marx morou em Bruxelas. Na capital da Bélgica, o economista intensificou os contatos com operários e participou de organizações clandestinas. Em 1848, Marx e Engels publicaram o "Manifesto do Partido Comunista", o primeiro esboço da teoria revolucionária que, anos mais tarde, seria denominada marxista.

Neste trabalho, Marx e Engels apresentam os fundamentos de um movimento de luta contra o capitalismo e defendem a construção de uma sociedade sem classe e sem Estado. No mesmo ano, foi expulso da Bélgica e voltou a morar em Colônia, onde lançou a "Nova Gazeta Renana", jornal onde escreveu muitos artigos favoráveis aos operários.

Expulso da Alemanha, foi morar refugiado em Londres, onde viveu na miséria. Foi na capital inglesa que Karl Marx intensificou os seus estudos de economia e de história e passou a escrever artigos para jornais dos Estados Unidos sobre política exterior.

Em 1864, foi co-fundador da "Associação Internacional dos Operários", que mais tarde receberia o nome de 1ª Internacional. Três anos mais tarde, publica o primeiro volume de sua obra-prima, "O Capital".

Depois, enquanto continuava trabalhando no livro que o tornaria conhecido em todo o mundo, Karl Marx participou ativamente da definição dos programas de partidos operários alemães. O segundo e o terceiro volumes do livro foram publicados por seu amigo Engels em 1885 e 1894.

Desiludido com as mortes de sua mulher (1881) e de sua filha Jenny (1883), Karl Marx morreu no dia 14 de março de 1883. Foi então que Engels reuniu toda a documentação deixada por Marx para atualizar "O Capital".

Embora praticamente ignorado pelos estudiosos acadêmicos de sua época, Karl Marx é um dos pensadores que mais influenciaram a história da humanidade. O conjunto de suas idéias sociais, econômicas e políticas transformou as nações e criou blocos hegemônicos. Muitas de suas previsões ruíram com o tempo, mas o pensamento de Marx exerceu enorme influência sobre a história.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/

LÓGICA - INTRODUÇÃO

Turmas do 3o ano

Uma porta ao mundo da filosofia e da ciência
Heidi Strecker*

Tomemos o seguinte raciocínio:

Todos os homens são mortais.
Sócrates é homem.
Logo, Sócrates é mortal.

Pois bem, este é um raciocínio lógico. Os dois primeiros enunciados são as premissas e o último enunciado é a conclusão. Os fatos apresentados (o fato de que todos os homens são mortais e o fato de que Sócrates é homem) servem de evidência para a conclusão. São eles que sustentam a conclusão.
Mas o que é lógica? Veja o que ensina a filósofa Marilena Chauí:

Ao usarmos as palavras lógico e lógica estamos participando de uma tradição de pensamento que se origina da Filosofia grega, quando a palavra logos – significando linguagem-discurso e pensamento-conhecimento – conduziu os filósofos a indagar se o logos obedecia ou não a regras, possuía ou não normas, princípios e critérios para seu uso e funcionamento. A disciplina filosófica que se ocupa com essas questões chama-se lógica.

A lógica é um dos campos da filosofia, e pode ser considerada uma disciplina introdutória para qualquer estudo filosófico. Isso acontece porque a lógica lida com raciocínios e argumentos, e raciocínios e argumentos fazem parte de qualquer reflexão filosófica, seja ela no campo da teoria do conhecimento, da ética, da filosofia política ou da estética.

Hoje em dia temos a lógica tradicional e a lógica matemática ou simbólica. A lógica tradicional é mais simples e mais acessível que a lógica matemática, mas nem por isso tem menos importância. Pelo contrário, a lógica matemática desenvolveu-se graças aos avanços da lógica tradicional. A base da lógica tradicional foi formulada pelo filósofo grego Aristóteles e foi reelaborada durante a Idade Média. Na segunda metade do século 19 a lógica teve um enorme desenvolvimento até chegar a seu estágio atual, a lógica matemática ou simbólica.

Os estudiosos definem a lógica de diversas maneiras:
"O estudo da lógica é o estudo dos métodos e princípios usados para distinguir o raciocínio correto do incorreto."
Irving Coppi

"A lógica trata de argumentos e inferências. Um de seus propósitos básicos é apresentar métodos capazes de identificar os argumentos logicamente válidos, distinguindo-os dos que não são logicamente válidos."
Wesley Salmon

"A tarefa da lógica sempre foi a de classificar e organizar as inferências válidas, separando-as daquelas que não o são. A importância desta organização não deve ser subestimada, pois usam-se as inferências (de preferência válidas) tanto na vida comum como nas ciências formais, sendo um exemplo a matemática."
Jesus Eugênio de Paula Assis

"Para Aristóteles, a lógica é a ciência da demonstração; (...) para Lyard é a ‘ciência das regras do pensamento’. Poderíamos ainda acrescentar: (...) é a ciência das leis ideais do pensamento e a arte de aplicá-las corretamente na procura e demonstração da verdade."
Maria Lucia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires

Estas definições têm alguma coisa em comum. Todas elas se referem a inferências válidas, a raciocínios corretos, a leis do pensamento. O homem sempre foi fascinado pelo pensar e pelas regras deste pensar.
Voltemos ao nosso raciocínio inicial:

Todos os homens são mortais.
Sócrates é homem.
Logo, Sócrates é mortal.

Nosso raciocínio é correto. Sócrates é mortal! Temos três proposições. As duas primeiras proposições servem de evidência para a última. Vamos dizer isto em outras palavras: Temos duas premissas que servem de evidência para a conclusão.
Estamos estudando as relações entre as proposições. Estamos estudando o argumento, examinando se ele é válido ou inválido. Essa é a tarefa da lógica. Não estamos discutindo as idéias de Sócrates e sua condição de homem.

Tradicionalmente a lógica foi considerada um portal de acesso ao estudo da filosofia e das ciências.Faz sentido. Discutir e argumentar faz parte do debate sobre qualquer questão. No caso das ciências, conhecer um pouco de lógica pode ser muito valioso. As ciências foram construídas usando procedimentos lógicos e o método científico pode ser visto como lógica aplicada.

*Heidi Strecker é filósofa e educadora.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/

A DISSERTAÇÃO

Turmas do 3o ano
A Dissertação
Ponto de partida
O texto Dissertação - Como expor idéias ou defender objetivamente um ponto de vista.
Objetivos
1) Conhecer os elementos que caracterizam esse gênero textual, em especial a argumentação;
2)Produzir textos dissertativos.
Estratégias
1) Leitura do texto indicado, que é uma entrevista sobre o tema com a professora universitária Marleine Paula Marcondes e Ferreira de Toledo;
2) Depois da leitura, os alunos devem realizar um levantamento dos principais elementos componentes de uma dissertação apresentados pela professora no texto;
3) Durante o levantamento, pode-se aprofundar o conhecimento dos elementos/conceitos apresentados, por meio da leitura dos textos a que os links na entrevista da professora Marleine reemetem (argumentos e lógica formal);
4) Notar que os links remetem à disciplina filosofia. Se possível, pode-se propor um trabalho conjunto com o professor dessa disciplina que abordaria, em sua aula, os aspectos especificamente filosóficos dos elementos/conceitos em questão;
5) Enfatizar a diferenças entra a dissertação expositiva e a dissertação argumentativa.
Atividades
1) Uma vez estabelecidos e fixados os elementos essenciais da dissertação, seguindo o roteiro estabelecido anteriormente, propor que os alunos transformem o texto da entrevista num outro texto, em que ele - o aluno - apresente esses elementos numa dissertação expositiva;
2) Escolha em um dos jornais um tema de caráter necessariamente polêmico. Coloque o tema em discussão na sala de aula, levando os alunos a expor sua opinião sobre ele. Em seguida, proponha que cada um defenda seu ponto de vista sobre o assunto numa dissertação argumentativa.

Fonte: http://educação.uol.com.br/

O TEXTO NARRATIVO-DESCRITIVO

Turmas do 1 ano

Leia o texto a seguir:

Vou contar uma história, disse ele, e vocês façam a composição. Mas usando as palavras de vocês. Quem for acabando não precisa esperar pela sineta, já pode ir para o recreio.
O que ele contou: um homem muito pobre sonhara que descobrira um tesouro e ficara muito rico; acordando, arrumara sua trouxa, saíra em busca do tesouro; andara o mundo inteiro e continuava sem achar o tesouro; cansado, voltara para a sua pobre, pobre casinha; e como não tinha o que comer, começara a plantar no seu pobre quintal; tanto plantara, tanto colhera, tanto começara a vender que terminara ficando muito rico.
Eram quase dez horas da manhã, em breve soaria a sineta do recreio. Aquele meu colégio, alugado dentro de um dos parques da cidade, tinha o maior campo de recreio que já vi. Era tão bonito para mim como seria para um esquilo ou um cavalo. Tinha árvores espalhadas, longas descidas e subidas e estendida relva. Não acabava nunca. Tudo ali era longe e grande, feito para pernas compridas de menina, com lugar para montes de tijolo e madeira de origem ignorada, para moitas de azedas begônias que nós comíamos, para sol e sombras onde as abelhas faziam mel. Lá cabia um ar livre imenso. E tudo fora vivido por nós: já tínhamos rolado de cada declive, intensamente cochichado atrás de cada monte de tijolo, comido de várias flores e em todos os troncos havíamos a canivete gravado datas, doces nomes feios e corações transpassados por flechas; meninos e meninas ali faziam o seu mel.
Eu estava no fim da composição e o cheiro das sombras escondidas já me chamava. Apressei-me. Como eu só sabia "usar minhas próprias palavras", escrever era simples. Apressava-me também o desejo de ser a primeira a atravessar a sala -- o professor terminara por me isolar em quarentena na última carteira -- e entregar-lhe insolente a composição, demonstrando-lhe assim minha rapidez, qualidade que me parecia essencial para se viver e que, eu tinha certeza, o professor só podia admirar.
Entreguei-lhe o caderno e ele o recebeu sem ao menos me olhar. Melindrada, sem um elogio pela minha velocidade, saí pulando para o grande parque.

(Clarice Lispector. *A legião estrangeira*. São Paulo, Ática, 1977. p. 15-6.)

Observe a técnica de composição do texto de Clarice Lispector. Nota-se ora o predomínio da descrição, ora o predomínio da narrativa.
Ao contar esta história, a autora utilizou a descrição para apresentar o espaço onde se desenrolaram os fatos da narrativa e para fornecer ao leitor os traços físicos e psicológicos das personagens. Assim, produziu um texto em que narrativa e descrição se mesclam. O texto é *narrativo-descritivo*, portanto.

*Proposta de redação*

Escreva um texto narrativo-descritivo abordando um aspecto qualquer do relacionamento entre jovens. Narre em terceira pessoa. Descreva as personagens e o ambiente em que se desenrola a história. Procure aproveitar as discussões realizadas em classe para compor as situações, os conflitos e os desafios vividos por suas personagens. Torne a sua narração ativa e interessante criando diálogos bem vivos. Dê um título sugestivo a seu texto.